quinta-feira, 8 de março de 2012

Teste da Violência Obstétrica - Dia Internacional da Mulher - Blogagem Coletiva






Mais uma vez vou falar sobre parto. Dessa vez por um motivo especial. É o dia Internacional da Mulher, e ainda que já estejamos em 2012, ainda há muito que conquistar em relação ao direito de escolha da mulher na hora do parto. 


Infelizmente o Brasil faz parte do infame grupo de países que priorizam a cesárea como forma de trazer uma vida ao mundo. Argumentos infundados fazem com que muitas mulheres se submetam a um procedimento cirúrgico, respeitando não o tempo da mãe e do bebê, mas a agenda do médico.
Não sou uma “xiita do parto vaginal”, sei que a cesárea salva vidas quando há risco para mãe ou filho. Mas sabemos que a maioria das cesáreas agendadas são desnecessárias. 
Agora, pela minha experiência, fico aliviada por poder ter tido minha filha em um país que respeita o tempo e a escolha da mulher. Minha gestação durou 42 semanas e minha filha nasceu linda, forte e saudável. Tivemos alguns percalços aqui e ali no caminho, mas ninguém me empurrou o pacote tenha-um-filho-com-a-maior-conveniência-agende-uma-cesárea. Na verdade, quando minha placenta estava muito baixa e havia a possibilidade de ser submetida a um procedimento cirúrgico, mais exames foram marcados, tudo para que não houvesse uma desnecesárea.
Uma frase que ouvi de uma das parteiras, depois de 2 dias indo e vindo do hospital, mais muitas horas de trabalho de parto foi: 
“Não se preocupe. Nunca ninguém ficou lá dentro.”
Isso porque minha filha havia passado das 40 semanas e meu trabalho de parto estava lento. 
Claro que ela ia nascer! E foi bom que não foi nascida.
Não tenho intenção de diminuir a experiência de nenhuma mãe que  passou por procedimento cirúrgico. Eu mesma sou fruto de uma cesárea. 
A bandeira que levanto aqui é a de alerta. Que cada mulher tenha o seu direito de escolha respeitado. Mas respeitado de verdade, e escolha livre de influência. Uma mulher que opta pela cesárea quando o médico diz que essa é a melhor “alternativa” para que o bebê não sofra, quando não há risco algum de sofrimento, não é uma alternativa, é imposição. Mãe alguma vai discutir, simplesmente vai acatar.
No Brasil, uma em cada quatro mulheres relata maus-tratos durante o parto. Já passou da hora desse gigante adormecido acordar para o direito da mulher de trazer vida ao mundo de forma digna.
Aqui, peço que façam parte desse teste sobre violência obstétrica. É anônimo e vai fazer a diferença!

4 comentários:

  1. Yara, que maravilha você estar divulgando esta pesquisa!
    Meu parto foi normal, mesmo com o Teo prematuro e bolsa rompida, porque toda a equipe que nos acompanhou foi paga à parte e a médica ficou o tempo todo no hospital. Já o pós-parto e a internação do Teodoro foram um pesadelo...
    Do que as mulheres precisam: muita informação!!!

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  2. Estou com 35 semanas e já faz um tempão que meu médico quer marcar uma cesária. Qdo questionei dizendo que não queria forçar a natureza ele apelou pro fato de que poderia estar longe e que eu teria que fazer o parto com um plantonista. Sacanagem, né? Terrorismo psicológico...

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  3. Terrorismo mesmo, Renata, assim vc nao consegue confiar no médico.

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