domingo, 11 de março de 2012

DOS AVÓS. ESSAS CRIATURAS ESTRANHAS



Sempre achei o máximo aquelas pessoas que tinham um relacionamento bem próximo com os avós. Sabe aquela vó que deixava fazer tudo e fazia comidas gostosas? E aquele vô que contava história e ensinava bons modos?
Eu nunca tive isso desse jeito. Culpa minha, dos meus pais e de ninguém. Culpa minha porque sempre fui muito tímida e morria de vergonha perto dos meus avós. Culpa dos meus pais que nunca promoveram muitos encontros com meus avós. Culpa de ninguém porque eles moravam longe, assim nos visitávamos pouco.
Meus avós paternos moravam no Rio Grande do Sul. Íamos para lá em períodos de férias e só. Mas como meu avô foi meio sacaninha, a relação entre meu pai e ele ficou meio estremecida, só tiveram mais contato pouco antes dele vir a falecer, quando eu tinha por volta dos 7 anos de idade. Minha avó já tinha uma porrada de netos que moravam próximos dela, tipo na rua de baixo, então a gente nem era grande novidade. Ha! Mas me lembro da maravilhosa geléia de uva que ela fazia...infelizmente ela faleceu no final do ano passado.
Da minha vó materna não me lembro. Faleceu quando eu nem tinha 1 ano ainda. Meu avô materno foi o mais próximo. É ele que eu imito  para a Katarina e ela adora. Aliás, todo mundo adora minha imitaçāo. Pobre vovô! Dele me lembro de muita coisa, mas ainda assim não fomos tão próximos. Ele criou minha prima Dani, que perdeu a mãe aos 7 anos de idade. Sei que é ridículo o que vou escrever aqui, mas sempre rolou um certo ciuminho. Poxa vida, ele também era MEU vô, né? Ele não era do tipo de vô que ensinava boas maneiras ou explicava história. Era do tipo que fazia a gente rir sem saber que estava sendo engraçado. E fazia macarrāo com Tarantella. Na minha casa minha māe só comprava Pomodoro, entāo eu achava o macarrāo dele uma delicia! Para você ver como tinha paladar apurado! Ah, as sutilezas dos molhos de latinha eram percebidas pelo refinado gosto de uma criança que achava Miojo a coisa mais gostosa do mundo...





Esse meu querido avô faleceu em setembro de 2010. O dia que soube que ele havia falecido foi horrível. Digo o dia que SOUBE porque minha mãe nunca quer me contar essas coisas. DIz que sou manteiga derretida. E sou mesmo!
Mas esse não é um post triste, gente! Limpo a garganta e continuo...

Quero que minha filha tenha muito contato com os avós. Ainda que eles sejam mais pitaqueiros (vai ganhar um post a parte) do que eu gostaria, acho super importante essa referência. E valorizo mais ainda agora que moro tão longe dos meus pais. Para mim é inconcebível que a Katarina tenha a relação distante que tive com meus avós. Quero que ela se sinta a vontade com eles, que tenha respeito, mas não fique encabulada. Para isso vou me esforçar muito para que ela venha passar temporadas com eles (vai ser meio saco essa divisão por conta do divórcio dos meus pais, mas eu sou meio mestre salomônica e dou um jeitinho (porque também sou brasileira)).
Com os avós paternos vai ser mais fácil. Moram em Göteborg, 3..4 horas de carro de Copenhague. O que, de novo vou ser estúpida aqui, acho meio injusto. A decisão de permanecer fora do Brasil foi minha, claro, mas eu gosto de fazer um draminha. O que eu queria mesmo era levar os meus comigo. Fica o apelo aqui: Manhê, vem embora comigo, favooooor???
Dizem que ser avó é mais legal ainda que ser mãe, porque você pode fazer as coisas legais de novo, corrigir o que acha que fez errado e deixar a parte chata para os pais. Não consigo imaginar nada mais gostoso e completo do que ser mãe, mas quando vejo a minha linda maravilhosa mãe com a minha linda maravilhosa Katarina no colo, percebo uma leveza inerente as avós e ausente nas mães. É um olhar diferente, um carinho diferente. Eu me derreto toda com aquelas duas bandidas!


Agora, uma coisa que eu acho bizarro: Por que nossos pais e in laws perguntam se estão fazendo certo alguma coisa, tipo segurando a cabeça direito? Será que eles esqueceram como era quando a gente era bebê? E as vezes acham que sabem tudo e tomam liberdades que nunca lhes foram dadas. Vai entender... E por que eles dão tantos palpites em tudo? Aqui eu acho que é particular de uma geração. Perguntei para minha mãe se a mãe dela também era tão palpiteira. Ela me disse que não. Sortuda! 
Brincadeiras à parte, o que eu quero mesmo é que minha filha tenha um relacionamento próximo, tipo colado mesmo, com os avós.  Cada um deles vai ter algo a acrescentar. Ainda que quando falo isso, penso na minha mãe, afinal de contas, quem não acha que tem a melhor mãe do mundo? Eu não acho isso não.
Eu tenho é certeza!

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