quinta-feira, 12 de abril de 2012

QUE VERGONHA...

  Hoje teve reunião do grupo de mães. São encontros com mães que tiveram bebês na mesma época, para a gente compartilhar experiências, distrair um pouco a cabeça e sair um pouco de casa. Esse é um grupo de mães internacional, para mamas expatriadas como eu. 

Desde que as reuniões começaram, em fevereiro, nunca pude ir. Uma vez foi dia de vacina da Katarina, no outro eu olhei a data errada, nas outras 3 vezes estava no Brasil e na semana passada eu estava super resfriada, não seria prudente levar meus germes para os bebezinhos. 

Hoje eu pude ir. Foi também a primeira vez que saí com a Katarina sozinha por mais tempo. Já saí sozinha com ela outras vezes, mas sempre para tomar um café com meu marido. Ou seja, meu marido estaria lá. Dessa vez éramos só nós duas mesmo. Grande evento para mim, que sou tonta. Até fiz as unhas ontem a noite enquanto falava com minha irmã via skype! 

O encontro foi marcado as 13 horas no Magasin, tipo um shopping meio luxuoso no centro de Copenhague. 

Onze e meia da manhã tirei leite pela segunda vez no dia, dei mamá para a Katarina, tomei um banho rápido, me "arrumei" e coloquei uma roupa linda na Katarina, afinal, somos gatinhas. 

Meio dia e 20 terminei de arrumar a bolsa dela (reparem que eu disse que arrumei a bolsa dela), colocando fralda extra e pano de boca. Montei o carrinho e lá fomos nós!

Chegando na entrada do metrô desanimei. Tinha uma placa na porta do elevador: Em manutenção. Até a plataforma são 4 lances enormes de escada, sendo que 2 deles não são escada rolante. Mas aí me aparece uma senhorinha simpática e oferece ajuda. Carregamos o carrinho monstro até onde começavam as escadas rolantes, lá me virei. 

Chegamos no tal shopping. Congestionamento de carrinhos de bebê na porta do elevador. Espera espera e pronto. Chegamos ao cantinho de mamãe e bebê. Logo ouço 2 mulheres falando espanhol. Me aproximo e pergunto se são elas do grupo de mães. Não, não são. Pego meu telefone para escrever para uma delas, mas ela foi mais rápida e me escreve antes, já tinha me visto chegando e imaginou que seria eu.

Olá olá, Yara-Susana espanhola, Yara- Carla portuguesa. As outras mães não puderam vir, parece que tem uma americana e mais uma brasileira. 

Super simpáticas com seus garotinhos lindos! Todos os nenéns dormem, as mães tomam chá e conversam.  Blá blá blá, quando deu 15h, a Katarina acordou toda bem humorada. Sorriu, falou, bateu as mãozinhas na mesa e decidiu que era hora de mamar. Olho para o carrinho e tenho a sensação de ter engolido um cubo de gelo inteiro. Cadê a bolsa da menina??? "Ah, tudo bem, tem um mercado no subsolo do shopping, corro lá, compro uma fórmula pronta (aqui tem em caixinha estilo toddynho) e uma mamadeira, peço fralda para uma das mulheres do grupo e estamos todos salvos". Nhá!

Katarina ameaça chorar...a portuguesa se oferece para ficar com ela enquanto desço os 5 andares. Não quis arriscar, ela poderia fazer um escândalo (meu maior pesadelo). Carreguei no colo até o mercado, comprei a fórmula pronta e nada de achar mamadeira. Perguntei para a menina do caixa que me garantiu que no quarto andar tinha mamadeira para vender. Lá vou eu cheia de esperança, procuro procuro procuro e nada. Perguntei para uma atendente que me disse que não tinha mamadeira lá, nem sip cup (emergência, né), o lugar mais próximo é na estação Nørreport, 10 minutos a pé com o passo apertado. Subi e tentei dar a fórmula pelo buraquinho da caixinha mesmo, mas ela já chorava muito, e quando ela chora assim, não para nem com mamadeira. Me deram uma colher, mas ela batia os braços com tanta força que era quase impossível. Quando entrava alguma fórmula na boca ela engasgava e cuspia. Tentei um canudo, como uma pipeta, puxei a fórmula e segurei um dos buraquinhos com o dedo. Mega engasgou e urrou ainda mais. Quando ela era nenenzinha e eu tinha dificuldade de dar o peito, ela tomava meu leite num copinho, que era para não confundir com mamadeira, que ABOMINAVA. Hahahahahaha! Pobre de mim!

 Nessa hora eu já tava suada, roxa, verde, azul, vermelha de tanta vergonha. Ok, andei, shhhhhhushei, nada...então tá, vamos embora. Ah, vamos ver se alguma das mães tem mamadeira. Nada, só peitos, aquelas sortudas! Coloquei a Katarina no carrinho e naquele mesmo segundo ela fechou os olhos e dormiu.

Chegamos na estação de metrô perto de casa e o elevador continuava quebrado. Depois de 5 minutos fingindo que tentava carregar o carrinho sozinha, um jovenzinho franzino me oferece ajuda. Nisso eu já tinha ligado pro meu marido 200 vezes, para me levar a bolsa dela no shopping, mas ele estava meio longe, demoraria um pouco. Mas nos encontramos assim que saí do metrô e viemos para casa. Sabe o que eu fiz? Chorei de vergonha! Eu sou mesmo muito tchonga, mas é que ODEIO quando alguma coisa dá errado. Meu marido veio me explicando que foi uma situação especial, porque o centro de Copenhague é assim, lojas e mais lojas, mas nada de mercado ou farmácia por lá, que se fosse em qualquer outro lugar seria muito fácil resolver. E eu repetindo que nunca mais iria sair de casa sozinha, porque quase morri de vergonha. Dramática? Moi? É que fiquei com aquela idéia de "fodi com a primeira impressão" e dizem que é ela que fica, né...vou ser a mãe "jovenzinha" (nem sou, mas elas eram mais velhas que eu) cabeça de vento que esquece a comida da criança. 

Então decidi adicionar mais 2 itens à minha bolsa: mamadeira e caixinha de fórmula, para emergências assim. 


super luxo, ela mesma baba no próprio visual

5 comentários:

  1. Gênia, caipira, amadora ou medrosa? U never know...se fosse menos desesperada e se preocupasse menos em passar vergonha se ela chorar, né...essas coisas acontecem, desespero e vergonha só fazem atrapalhar, e bebês choram ainda mais quando estão com fome, isso não é motivo de vergonha, primeira impressão e blá blá blá...esse encontro deve ser divertido, apesar dos imprevistos, e acho que participar faria bem a vcs duas, e outra, nada que uma segunda impressão que a menina mais linda ever e sorridente quando está alimentada não possa fazer milagres, ela é puro luxo, e brilha até quando dá berros! keep cool tchonga!

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  2. Oi, vim lá do MMqD e pra variar já li os 10 posts mais recentes! Ahaha adorei!
    Já entrou pros meus feeds.
    beijos!

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  3. Menina, que sufoco... eu fiquei sem ar, lia desesperadamente para ver o que tinha acontecido, como vc tinha se saído, fiquei com dó de vc e da Kata. Mas tudo deu certo, graças a Deus.

    E é assim mesmo, a gente vai se acostumando aos micos, aos perrengues, às necessidades... e daqui a pouco vc vai sair com uma mala gigante, e não vai precisar de nada lá dentro.

    =)

    Beijos! Adorei o texto!

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  4. Oi Yara, vi seu post no MMqD e vim te visitar. Lindo seu blog, linda sua filha!

    Perrengue pouco é bobagem, viu?

    Beijo

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  5. hahaha não esquenta, Yara!!! Quem nunca??? aposto q vc nunca mais vai esquecer da bolsinha dela!!! é o famoso "aprendendo com a experiência" hehehehehehe ;)

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